MESA REDONDA: O PAPEL DA IMPRENSA EM TEMPOS DE GUERRA, CONFLITOS E INSTABILIDADES, QUESTÕES ÉTICAS HISTÓRICAS E EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL.
JORNADAS CIENTÍFICAS 2017
O papel da imprensa em tempos de guerra,
conflitos e instabilidades é um tema de
extrema importância, tendo em conta que a Universidade Pedagogica - FCLCA
introduziu, no presente ano, o Curso de
Linciatura em Jornalismo.
Segundo
Chicane, falar sobre a guerra no jornalismo
é reportar um ataque. Estes pronunciamentos foram feitos nos seguintes termos: “fulano
de tal atacou uma certa instituição e morreram tantas pessoas e outras foram
feridas (...) nos dias de hoje, falar de guerra é analisar as causas da mesma. Nos
guerrilheiros, havemos de encontrar heróis só porque rebentaram uma linha
férrea, mas morreram pais, mães e filhos, e mas aquele indivíduo é cantado no
acampamento como herói”.
‟Fala-se
muito da imprensa como quarto poder, pois eu vejo a sociedade como uma mesa que
tem quatro pés onde encontramos: o poder legislativo, executivo, judicial e o
quarto poder é a imprensa. É fácil
concertar estes três, mas a imprensa já não, este quarto pé é o único que tem
uma medida irregular no seu funcionamento e consciência, umas vezes é curto,
umas vezes é longo demais. E nestas circunstâncias em que é curto ou comprido
demais, o que é que vai acontecer com a mesa? Vai ficar desequilibrada e consequentemente,
verifica-se que a sociedade também vai sofrer consequências desse desequilíbrio.”
Disse Chicane.
Prof. Doutor Rafael Chicane - Tv Miramar
Por
seu turno, Dr. Mabutana, afirma que no jornalismo não existe notícia que é boa
ou má, mas sim notícia que é verdade. Acrescentou também que em Moçambique uma
das medidas tomadas pela FRELIMO após a independência, 25 de Junho de 1975, foi
controlar a imprensa. Esta devia guiar as suas actividades centradas nos
seguintes pilares: informar, educar, mobilizar e organizar a população.
Dr. Filipe Mabutana - Rádio Moçambique
Segundo
Dr. Celestino Joanguete, um jornalista/investigador é aquele que de forma
independente busca outra visão sobre o mesmo objecto. Ele vai buscar informações
e apresenta de forma transparente. O bom jornalismo tem, a morte, a fome, entre
outros do mesmo género, isto é que seria, na opinião de Joanguete, um
jornalismo investigativo.
‟O
que estamos a ensinar nas nossas universidades basicamente são teorias.
Moçambique precisa crescerem termos de formação em jornalística de qualidade e
jornalistas investigativo, pois a sociedade precisa de ter acesso a informação
verdadeira e não falsa” disse Joanguete.
Prof. Doutor Celestino Joanguete, docente e pesquisador UEM e UP
Existem
três factores importantes para classificarmos o que determina o trabalho do
jornalista, o trabalho da imprensa no país. O primeiro é a propriedade, aquém
pertence essa imprensa e onde trabalha o jornalista: “não podemos ter ilusões de
que por trás de um jornal está sempre um politico”.
Prof. Doutor José Castiano, docente e pesquisador
O segundo diz respeito à questão dos valores: o jornalismo actual
caracteriza-se por histórias que podem vender muito bem na sociedade e no público
em geral. E por último temos o assunto, em relação a este, verifica-se que
funciona agora em Moçambique sob critério economicista segundo o qual, somente
um bom escândalo pode vender bem, é por isso que grandes temas que abrangem a
política, escândalos em particular sexuais, guerras, corrupção, criminalidade,
beleza, desporto, entre outros. Estes grandes temas são os mais predominantes
na nossa mídia. Afirma José Castiano.
Por:
Enoque Daniel (Estudante do Curso de
Jornalismo)
Jaime
Bonga (Estudante do curso de Ensino de Português)
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